Bullyng



Quando eu estava no jardim de infância tinha um colega magro e “enorme” com cara de bobo que passava o recreio com meia dúzia de meninos lhe dando safanões. Até que um dia, morrendo de dó – após falar com a tia e não resolver nada – resolvi ensiná-lo a se defender. Meu recreio nunca mais foi o mesmo, pois a partir daí ele queria bater em todo mundo, inclusive em mim.

Anos depois minha irmã, 6 anos mais jovem que eu, chegou em casa pela segunda vez chorando, porque suas “coleguinhas” brutamontes queriam lhe bater. Escondido da minha mãe eu disse a ela que se chegasse em casa chorando por causa daquilo apanharia 2 vezes. Ela nunca apanhou na escola, e pelo que eu sei também não bateu em ninguém. Mas não ocorreu nenhuma interferência da direção escolar. Não que seria fácil de se ressolver.

É criança demais para coordenação escolar de menos.

Os bichos, os seus mistérios e a ignorância humana



Tenho uma gatinha de aproximadamente três aninhos. É minha companheirinha, uma gracinha, brava como uma jaguatirica. Seu nome é Nina. As marcas de seus delicados dentes e unhas estão nas minhas pernas e braços e não há satisfação comparável aquela que eu sinto quando chego em casa, abro a porta e a encontro com olhos arregalados e um linguajar que só ela entende, mas que me faz sentir 100 vezes mais importante e feliz.

Até três anos atrás eu odiava gatos. Talvez essa não seja a expressão correta para se falar de um animalzinho, então, eu não gostava muito de gatos. E apesar de ter degolado acidentalmente um cachorrinho quando eu ainda mal sabia falar – foi um crime culposo – eu acho que gosto mais de bichos do que de gente. Ao menos das atitudes da maioria das gentes.

Ontem, enquanto preparava meu almoço, estava fazendo umas pesquisas na internet (faço mil coisas ao mesmo tempo). Sob a cadeira tem um tapete macio e gosto de ficar descalça nele, então sempre tiro os chinelos quando sento aqui. Se eu me sento no sofá a Nina logo aparece, se vou para o banho ou ela entra no banheiro ou fica me esperando na porta, se eu sento na frente do computador em baixo da cadeira estará ela (como agora). Isso quando não resolve passar sobre as teclas no notebook para chamar à atenção e requerer um pouco de carinho que ela, arisca que só, nem sempre gosta de receber. Enfim, tirei os chinelos como sempre e a Nina passou uma das patinhas pelo meu calçado e assim ficou “calçada”. Coração derretido que tenho fiquei com receio de tirá-la e fui de pé no chão para a cozinha por duas vezes. Na terceira vez eu falei, sem tocá-la: “Ô Nina, deixa eu calçar meu chinelo?” Quase não acreditei quando imediatamente ela tirou a patinha de dentro da sandália e me olhou. E por vezes a gente ainda tem a pretensão de pensar que são eles, os animais, que não falam ou entendem a nossa língua.

Pequenos Milagres


No cotidiano de algumas cidades ou personagens – da vida real ou não – se observa pequenos milagres diários executados por eles mesmos. Pessoas comuns dotadas de coragem e ousadia, possuidoras de sonhos e melodias, cheios de saudades e lembranças diversas. Mas, por vezes carentes de harmonia e ricos em dificuldades econômicas. Pessoas com histórias emocionantes para contar.

Pequenos Milagres, do Grupo Galpão, me emocionou, principalmente a história de Henrique... e também a do João e a da... Não sei comentar peças teatrais, mas foi linda e eu adorei!

Otimista bem informado


"Chegará o momento em que o sol iluminará homens livres da terra, homens que só reconhecem a razão como seu senhor; em que os tiranos e os escravos, os sacerdotes e os seus estúpidos ou hipócritas instrumentos só existirão na história ou nos teatros em que só se ocupará deles para lamentar suas vítimas e seus enganados; para se entreter, pelo horror de seus excessos, em uma útil vigilâcia; para saber reconhecer e sufocar, sob o peso da razão, os primeiros germes da superstição e da tirania, se algum dia eles ousassem aparecer."

Condorcet