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Resenha do filme "Borat"

Borat, um jornalista nascido no Cazaquistão, casado, irmão de uma das melhores prostitudas do país, e que tem uma missão: fazer um documentário no "US and A" (USA), para aprender a política americana e voltar à sua terra a fim de aprensentar aos seus conterrâneos como ser uma pessoa civilizada. O filme é extremamente irônico, inicia com Borat fazendo a apresentação de sua cidade, a capital Astana, onde prostituição é uma profissão, o jardim de infância tem como principal ferramenta pedagógica armas de fogo e beijos ao cumprimentar é obrigatório entre os homens. Apesar de morar em uma casa, e em um bairro igualmente pobres (retrato de seu país), ele trava uma verdadeira guerra consumista com seu vizinho para se impor mostrando que "quem tem mais, é mais".

Ao chegar em "US and A" ele passa por vários momentos primitivos considerados pela aquela sociedade como ridículos e até obscenos. Satisfazer seus desejos sexuais e defecar em lugares públicos não e algo considerado apropriado para nós brasileiros, nem para os norte americanos. O que dirá andar com um urso no carro ou convidar uma prostituta nada discreta para participar de um jantar fino entre um grupo social fino e hipócrita. Lembrando que a hipocrisia não se restringe a essa classe, pois se uma prostituta discreta, bela e bem falante aparecesse naquela mesa aquele grupo social não saberia sobre sua profissão a menso que ela os contasse, o que ela não faria, e eu estaria me referndo a ela neste momento como garota de programa e não como prostituta.
Acostumado a uma vida livre de luxos e tecnologia, ele se surpreende com a quantidade de recursos disponíveis naquele país, onde ele descobriu o que era o vaso sanitário e para que servia o papel higiênico. Borat nunca havia visto um homem negro de perto e o incluiu no seu documentário admirado por aquele homem estar daquela cor sem fazer uso de qualquer maquiagem. Em algumas sociedades onde muitos de sua população nunca viram um negro de perto, este poderia até aparecer no documentário, mas jamais seria entrevistado.


Borat estranhou que as mulheres tivessem direito a escolher com quem iriam se deitar. Logo no início de sua chegada ao país civilizado ele conheceu através da TV a abastada de seios Pamela Anderson, e a partir daí seu objetivo era encontrá-la, principalmente após receber importante e feliz notícia de que acabara de se tornar um viúvo de uma mulher desprovida de beleza. Porém, ele desilude completamente ao descobrir que Pamela fazia pornografias para TV. O que para ele é inaceitável. Por outro lado, para Borat, transar com a sogra é simplesmente transar com a sogra, odeia ciganos, pensa em sexo a todo tempo e adoraria que alguém explodisse todo o Iraque com tudo o que nele há.


Em qualquer lugar do mundo, há pessoas que transam com a sogra, outras que ganham a vida se prostituindo, mas isso jamais é confessado por elas a quem não faça parte de seu grupo de referência. É feio ver uma criança com arma na mão, e muitas não aprendem a se defender com este recurso, mas são criadas para se deixarem ser exploradas no semáforo. Criança vendendo ou pedindo no semáforo é comum, mas não deveria ser natural. As pessoas são consideradas normais e saudáveis por gostarem e fazerem sexo diariamente, mas quando se está no maior clima e o telefone ou a campainha toca, pode não ser bem aceito falar que você estava pensando em sexo naquele momento. Borat, durante um jantar entre pessoas da alta classe social, ao confessar que achava certa mulher atraente e que transaria com ela deixa até mesmo o telespectador chocado. Afinal, ele falou algo que não esperávamos ouvir.


Muitos presidentes também adorariam que alguém explodisse algum país (outros até colocam seus desejos em prática), mas para um presidente confessar tal desejo seria guerra travada na certa. Falar tudo o que fazemos, tudo o que pensamos pode ir contra as expectativas que as pessoas têm quanto a nós. Borat agia e fazia tudo conforme ele faria em seu país, "O homem é produto do meio em que vive". A sociedade exige que façamos tudo muito bonitinho, certinho, direitinho. Mas o que é certinho? Certo é representar seu papel, agir polidamente e se intitular como pessoa livre.


Livre de qualquer preconceito, pois também foi vítima do mesmo quando foi convidado a tirar o bigode para que não se parecesse com um terrorista, ele toma como sua esposa e leva para sua casa a mesma prostituta que não se vestia conforme gostaria aquele grupo hipócrita do jantar. De alguma forma Borat via naquela mulher uma referência, algo em comum com ele, talvez a visão do mundo com menos não me toques.
Ao voltar para casa, semeia que agora eles não mais deveriam judiar dos judeu, pois isso não é legal. Borat aprendeu com o "US and A" a ser cristão e que cristãos não maltratam pessoas. Em outras palavras: não matam, não invadem, não violam e também não roubam petróleo.