"Lord of War", mais um fragmento para construir a guerra.


Na versão brasileira, “O Senhor das Armas”. O filme é de 2005 e desde então eu vinha tentando assisti-lo, mas honestamente faltou-me paciência com tanta narração de seu protagonista. Como meu amigo Cabeça, que ficou mais velho ontem, falou muito bem deste drama resolvi persistir, e ontem foi o dia. Não é que o filme é legal mesmo?!

A história do ucraniano Yuri Orlov, interpretado por Nicolas Cage, começa no ano de 1980, quando em parceria com seu irmão Vitaly, ainda não viciado em cocaína, interpretado pelo roqueiro Jared Leto, ele ingressa no comércio de armas. De acordo com o Wikipedia, Yuri seria o suíço e bilionário Marc Rich, que recebeu perdão presidencial de Bill Clinton em 2001.


O negócio de Yuri é movimentado pelas armas abandonadas pelos governos naqueles
países em que estiveram em guerra. Onde termina uma, ali está Yuri com seus subornos e documentos falsos.

Perseguido pelo politicamente correto Jack Valentine, agente da Interpol, Yuri chega a ser preso. Porém, não por muito tempo, pois ele livre é uma excelente ferramenta para o governo estadunidense, entre outros hipócritas praticantes de genocídios. Aeronaves militares  é seu meio de transporte para levar, por exemplo, à África, AK’s-47 que agilizam a matança de famílias reprimidas. Charles Taylor, ex-presidente da Libéria, acusado de crimes contra a humanidade e de guerra, foi mais um dos clientes de Yuri, no filme o nome de seu personagem é André Baptiste. E essa é a parte da realidade censurada a nós quando o assunto é guerra e tráfico de armas. Why “no war”??? It’s so profitable!

Yuri tem o desejo de disseminar sua mercadoria tanto quanto fosse um comerciante de doces mágicos com poderes curativos, um negócio lucrativo, mas para poucos. Porém, satisfazendo outra necessidade da humanidade que não a de curar ou se alimentar, mas a de matar.


Assim como em qualquer comércio, existe toda uma mecânica capitalista em torno dos negócios de Yuri, como no curta de Jorge Furtado, “A Ilha das Flores ”. Porém, em “O Senhor das Armas” os tomates são as armas e munições, o acúmulo de bens continua com a minoria e as custas do sono e da vida dos desafortunados como a criança negra que tem, alojada em seu crânio, o fim da vida útil do armamento comercializado por um homem de gravata, enquanto sua mulher e filho dormem em segurança.

Vale à pena assistir, um exemplo vivo do capetalismo selvagem.

2 comentários:

Liliane Araujo disse...

Miga, adorei seu post, e o filme é totalmente excelente! Bem recomendado por sinal! rs.

Beijos

Rafael Kafka disse...

É, Grazi, se um dia a África for realmente livre, tiver uma economia de mercado próspera, sem protecionismos, sem corrupção, sem monopólios, sem as milenares guerras tribais, sem tudo que o livre mercado condena quem sabe eles superem o pré-capitalismo e tenham todos os benefícios que os verdadeiros países capitalistas legam para seus povos.

Filme maravilhoso, belíssima análise, grande abraço!