"Sobe aí otário!"

Acabei de chegar em casa, são quase 23h. Mas no caminho, mais precisamente na Av. Abílio Machado, um ônibus vermelho atrapalhava o trânsito por conta de dois parvos vândalos (redundante isso) que resolveram surfar (acho que eles nunca viram o mar) sobre o ônibus. E na crista da onda aproveitaram para lançar fora a tampa do teto do ônibus. Aquela que toda dama de saco cheio de ser prensada sobre os outros pede ao moço mais alto que passar para a levantar e assim um arzinho possa entrar para fazer circular o mal cheiro típico de ônibus cheio. (argh) A gente nunca sabe o que um idiota com pum na cabeça vai fazer ou está fazendo com os cidadãos de bem que pagaram passagem e só queriam chegar em paz ao seu destino. Felizmente, até onde pude de longe observar, parecia que não havia brigas e que as pessoas de bem estavam bem, na medida do possível.

Fiquei contente quando avistei um super-herói cujo salário é pago por mim, você (se é que tem alguém lendo essa chatice que escrevi estilo notícia de Jornal Super), os imbecis e os passageiros do ônibus vermelho (os vermelhos são os piores) que pagaram passagem e vão pagar também pelo estrago do tomatão. Pensei comigo: hehe fí, se ferrou bonitão da bala chita, vai tomar no mínimo uma xinxa na delegacia e um carimbo na ficha. Mas o coleguinha que usava a farda de PM, com toda estúpida gentileza geralmente típica da classe quando em serviço, se limitou em alguns gestos e em berrar (quando os surfistas decidiram voltar aos seus acentos no interior do bus): "sobe aí otário". Tipo: sobe que eu vou aí e te pego! Os caras voltaram para dentro do ônibus, mas não pela mesma janela pelo qual sairam, mas sim pelo buraco no teto que fizeram. O ônibus tomou o seu rumo e a autoridade mauxima habilitada por sua majestosa farda seguiu o seu curso, oposto ao do ônibus, com o sentimento de dever cumprido. E todos continuam fudidos para sempre.

Daí eu me pergunto: E os outros passageiros que estava lá dentro, talvez até mesmo intimidados o suficiente para não ligarem para a polícia? Se é que ainda eram donos dos seus celulares com câmeras fotográficas e tudo mais. E o motorista? O cobrador? Tinha criança no ônibus? Idoso? Não importa!!! Provavelmente o que a Academia ensina àqueles que devem zelar pela nossa segurança é bem diferente da atitude tomada pelo omisso profissional. Mas tanto ele, quando nós, por vezes somos obrigados a nos acostumarmos que direitos e deveres são teóricos demais para serem praticados. E blá blá blá blá blá! Melhor contar com Fucker and Sucker, estes sim são heróis de verdade.

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